Nectandra grandiflora Nees

Informações da avaliação de risco de extinção

Informações sobre a espécie

Notas Taxonômicas

Nectandragrandiflora é facilmente reconhecida por sua inflorescência glabra e glauca.Poucas espécies possuem essas características, e destas as anteras nunca sãodistintamente prolongadas além dos sacos polínicos. Poucas espécies de N.turbacensis possuem flores completamente glabras externamente, e anterasprolongadas, mas estas são bastante pequenas. Nomes populares: "canela", "canela-fedida", "caneleira" (Rohwer, 1993).

Potêncial valor econômico

Suamadeira pode ser empregada em construção civil, mas seu grande potencial estános produtos nãomadeiráveis, como os fito-fármacos (Sanquetta et al., 2010).

Dados populacionais

Foramamostrados 191 ind. no ano de 1995 e 214 ind. em 1998, na Estação Experimentalde São José do Triunfo, PR (Sanquetta et al., 2002). Dias et al.(1998) encontraram 74 ind. no estrato arbóreo das Florestas Ciliares do rioIapó, na bacia do rio Tibagi, Tibagi, PR. Em um estudo de populações deespécies de Lauraceas em São José do Triunfo, PR, Canalez et al. (2006) estimaram um crescimentode 24% da subpopulação de N. grandiflora ao longo de 10 anos de estudos (1995:63,71 ind./ha e 2004: 83,43 ind./ha), os autores concluíram que essa espécieapresenta recrutamento muito superior à mortalidade, distribuição diamétricadecrescente e ampla distribuição espacial; esses elementos estão tornando essaespécie em uma das três mais importantes em toda a comunidade. Outro estudocomparativo da mesma comunidade também revelou aumento da subpopulação de N.grandiflora em 1979 foram amostrados 90 ind. e em 2000, 167 ind. (Schaaf et al.,2006). Em estudo realizado na Floresta Nacional de Irati (FLONA de Irati), Paraná,Rode et al. (2011) encontraram 915 ind. Na Mata do Capivari,Lavras, MG, foram amostrados 19 indivíduos (DA: 17 ind./ha) (Souza et al.,2003). Em floresta ripária em Coqueiral, MG, Rocha et al. (2005) encontraram três ind. (DoA 0,065 m²/ha). Em Floresta Semidecídua Altimontana da chapada dasPerdizes, Carrancas, MG, Oliveira-Filho et al. (2004) amostraram 135 ind. NaMata do Galego, Luminárias, MG, Rodrigues et al. (2003), encontraram dois ind.(DA: 1,6 ind./ha). Na estação Experimental de Ciências Florestais de Itatinga,SP, Sartori et al. (2002) amostraram três ind. (0,3 ind./ha). Na mata de encosta emCamaquã, RS (170 ha), Jurinitz; Jarenkow (2003) estimaram 6 id./ha.

Distribuição

Distribui-se nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (Quinet et al., 2012).

Ecologia

Árvore de até 15 m de altura, mas florescea partir de 3 m. Folhas alternas, geralmenteobovato-elíptica, oblanceolada-elíptica, ou elíptica. Inflorescências na axilados catafilos imediatamente abaixo do broto terminal, inflorescência comausência de indumento. Flores glabras e distintamente glaucas. Frutoselipsóides com cúpula. Floração:de maio a dezembro; frutos de outubro a fevereiro. Desenvolve-seem formações florestais abertas, florestas de galeria, capoeira e florestaatlântica mista a600-1.300m de altitude (Rohwer, 1993). Indicadora de floresta atlântica altomontana (Pereira et al., 2006).A espécie é bastantetolerante à sombra, mantendo níveis de crescimento estáveis quando mantidas ascondições de sombra, e acelerando o crescimento quando alcança o dosselsuperior (Sanquetta, et al., 2010). Possuitaxa de germinação de 76,3% de suas sementes (Carvalho et al., 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Odesmatamento para fins madeireiros e expansão agropecuária na floresta deAraucária no Paraná, tem causado impactos históricos na região, ao final da décadade 70 restavam apenas 3.166 km² dos pinhais que cobriam o Estado do Paraná, ouseja, cerca de 4,3% da área original. Segundo IBDF (1984 apud Sanquetta et al.,2002), a área de Floresta de Araucária do Paraná foi reduzida, em 1980 para2.696 km². Estima-se que nas últimas décadas esta situação tenha ainda piorado.AFloresta Atlântica tem sido alvo de exploração desde o período colonial,acompanhando os ciclos agrícolas e a demanda pela expansão das áreas cultivadase, conseqüentemente, resta hoje menos de 8% desse total (Pereira et al., 2006).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Encontrada nas seguintes unidades de conservação (SNUC): ReservaBiológica Municipal do Poço Bonito, Lavras, MG (Gavilanes et al., 1992); ParqueEstadual Serra do Rola-Moça, Belo Horizonte, MG (Meyer et al., 2004); FlorestaNacional de Irati, PR (Rode et al., 2011); ParqueEstadual da Ilha do Cardoso, Cananéia, SP (Nascimento, 2008).

Usos